06/03/2003 - Mulheres e o universo clandestino
O número de mulheres na política ainda está longe de ser motivo de comemoração. Apenas 9% dos prefeitos brasileiros são mulheres. As vereadoras correspondem a 12% do total. Nas 26 capitais, apenas Fortaleza e Natal têm administradoras femininas. Recente levantamento da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres do governo federal, aponta que a média nacional atual é de duas mulheres para cada 10 titulares de secretarias municipais. As capitais do Sul apresentam os piores índices neste ranking e confirmam a tendência geral de que, em 60% dos casos, a presença feminina restringe-se às políticas sociais, em pastas que funcionam quase que como extensões do universo doméstico. Nem por isso, no Executivo ou no Parlamento, as mulheres deixam de tratar de temas palpitantes e incômodos para toda a sociedade. No Brasil e no mundo. Para a deputada Odete de Jesus (PRB), uma das três mulheres que atualmente vestem com saias as cadeiras da Assembleia, “a discussão mais relevante” que deveria ser feita a propósito do Dia Internacional da Mulher é a questão do aborto clandestino. Que, no Brasil, já é a quarta razão de morte entre mulheres e, na Índia, informa a deputada sobre relatório da Unicef, se transformou numa “verdadeira tragédia social”. Naquele país, indica, o aborto seletivo tem sido praticado para evitar o nascimento de mais de meio milhão de bebês do sexo feminino a cada ano.
Prevenção
Deputada Odete de Jesus informa que, a partir de 30 de abril, está garantida mamografia gratuita para mulheres com mais de 40 anos. Mesma legislação que obriga o SUS a oferecer exames para detectar câncer do colo do útero em qualquer idade.