Odete de Jesus comemora votação do Piso Salarial Nacional para professores


Odete de Jesus com colegas de magistério em Caçador
"É hora de comemorarmos! Uma vitória suada de quase três anos!" Assim, a professora Odete de Jesus recebeu a notícia de que o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve, na quarta-feira (6), por 8 votos a 1, a lei que criou o piso nacional de salário do professor, fixado em R$ 1.187,97 para este ano. Em Santa Catarina, o salário classe ainda está em R$ 600,00.
A decisão considerou como piso a remuneração básica, sem acréscimos pagos de forma diversa pelos estados.
Promulgada em 17 de julho de 2008, a norma estabelece que nenhum professor da rede pública pode receber menos que o piso nacional para uma carga horária de até 40 horas semanais.
Hoje primeira suplente de deputada estadual (ela exerceu três mandatos consecutivos), Odete lembra da mobilização em favor da lei e das inúmeras manifestações que fez na tribuna da Assembleia Legislativa. "Agora poderemos tem um pouco mais de dignidade em nossa profissão," declara, entusiasmada.
A lei do piso foi questionada por governadores de cinco estados – Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Ceará. Entre os argumentos da ação estão os custos com a folha de pagamento, que podem ultrapassar o que é estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, e fim da autonomia dos estados e municípios.
O valor do piso foi calculado em função do reajuste do custo-aluno do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) deste ano.
O relator do caso, ministro Joaquim Barbosa, defendeu que o piso se refere ao salário básico, sem vantagens ou benefícios e disse que a lei não oferece risco à autonomia dos estados. Barbosa afirmou que os estados tiveram tempo para se adaptar à regra.
Também votaram a favor da manutenção do salário mínimo os ministros Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Ellen Gracie, Celso de Mello e Ayres Britto e Gilmar Mendes. Apenas o ministro Marco Aurélio Mello votou contra a manutenção do piso.
Com essa votação, está aberto um precedente para que policiais militares, bombeiros e servidores de saúde tenham piso salarial nacional também.